Qual prazer temos? Qual prazer queremos?

Já pararam para pensar sobre qual prazer nós, mulheres, temos? Já pararam para pensar quantas vezes nos foi tranquila e natural uma conversa sobre prazer feminino? Você tem lembranças de quando começou a descobrir o seu prazer? Houve repreensão? Pois bem, não me espantaria se para todas essas perguntas chovessem “nãos”. Em uma sociedade patriarcal, o prazer feminino precisa estar sob controle, afinal, como podem já ter lido nos posts anteriores, uma mulher questionadora pode ser uma mulher que se conhece e teve condições objetivas para buscar o seu bem estar, e isso ameaça a posição de privilégio masculino. Mas, não é só o prazer sexual que é reprimido, subjugado e cooptado, mas também o prazer do tempo para o autocuidado, o tempo para si e até o prazer de comer.  Em uma sociedade capitalista e já é esperado que esses prazeres nos fossem roubados e significados na medida em que o capital se auto valoriza. Mas, o que trazemos aqui, é a perversidade com que tais aspectos incidem sobre a vida da mulher. Os prazeres sexuais, desde a tenra infância, nos são transmitidos de forma castradora: feche a perna, sente direito, tira a mão daí. Somos educadas para performar para o outro e a partir da expectativa do outro. Não se trata de “cuidar das meninas”, para isso temos educação sexual, algo que foi propositalmente confundido por conservadores com mamadeira de piroca e incentivo à homossexualidade. Já os prazeres que envolvem o autocuidado e a nutrição…que crueldade ser obrigatoriamente magra, sem barriga, sem celulite, ter que malhar, ter fazer dieta e estar compulsoriamente culpada por comer. E, não me venham com “cuidamos da saúde”. Cuidar da saúde é ter um plano político de Estado que envolva desde como produzimos o alimento e quais alimentos são distribuídos para a população. Qual o preço da comida? Qual a comida que conseguimos colocar em nossas mesas? É distribuir conhecimento sobre nutrição saudável para todes. Isso é saúde. Estética padrão é controle e fator de distinção de classe. O autocuidado deu lugar para a beleza. Praticar o autocuidado é não ter pelos, rugas e dobras. Qual o valor dos procedimentos estéticos? Quem pode pagar por eles? Quem tem tempo livre sendo remunerado? Que sociedade é essa que não nos cabe a todes? Precisamos questionar o prazer possível e os que nos são roubados.

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