Se não teve er3ção, não teve s3xo? Aprendermos sobre s3xo, via de regra, pelo viés da p3netração e, se o clím4x não é atingido na er3ção, logo, acabam-se os beijos, as respirações ofegantes, os corpos se separam e dá-se início às conversas sobre ser ou não ser comum isso ocorrer. A masculinidade e os ditames do patriarcado nos atingem ao validar o ato s3xual apenas quando há p3netração por meio do p3nis – prática que nem sempre é prazerosa para pessoas com v4gina – e também atinge pessoas com p3nis ao estigmatizar, desqualificar e ridicularizar todo indivíduo com dificuldade de er3ção.
S3xo não está condicionado à existência de um pênis. Aliás, essa crença valida homofobia, transfobia e v1olências contra mulheres. Temos, enquanto corpos, inúmeras zonas erógenas possíveis de proporcionar e sentir pr4zer. O s3xo existe nos dedos, na boca, na língua, na vulv4, no p3nis, no corpo todo. E relações s3xuais acontecerão sempre que corpos se encontrarem e consentirem o toque e o pr4zer juntos. A falácia de que o pr4zer pode ser dado e sentido apenas por meio da p3netração de um f4lo em uma vulv4, reduz a nossa potência s3xual como seres humanos e fortalece a nocividade do machismo na formação da nossa individualidade e personalidade.
Uma “brochada” pode ser causada por estresse, ansiedade, depressão, uso de medicamentos e drogas ilícitas, por exemplo. Mas uma relação s3xual sem pen3tração pode ser também por escolha.
S3xo não é só pen3tração. Preliminar é tirar o cachorro, o gato e/ou os filhos do quarto. Quem tem boca (e dedos) leva a parceria a Roma ou aonde for a imaginação.